O Homem que marcou o Ano, Mês, Dia e Hora que ia morrer......E morreu! Veja esta crônica no Blog do Weslley Boy.
Rapaz, ainda jovem, resolveu sair de sua terra e foi para o Maranhão ficando ali alguns anos. Lá, aprendeu o ofício de Marceneiro e se envolveu com macumba, feitiçaria, tornando-se rezador/curandeiro.
Chegou o ano de 1956, (ano em que eu, Raimundo Vieira, sobrinho de Pedro, nasci) ...
Os dias passam e enquanto Sebastião seguia sua vida na sua profissão de Alfaiate, Pedro estava lá no Brôco com seus devaneios e, todo dia, caminhando muito devagar. Já quase sem forças, ia até o local marcado, dar uma olhada e ver se estava tudo correto e nada faltava. O Pé de Mocó sempre frondoso, oferecia sombra prazerosa de se ficar por ali.
Eu ainda conheci a casa, mas hoje não existe mais, existe ainda o Pé de Mocó e na sepultura, a Cruz feita por ele e, apesar dos 63 anos, exposta às intempéries da natureza, sol, chuva, permanece firme como que vigilante daquele local.
Pedro então, fez mais uma visita ao local da sepultura e voltou para casa, aguardando o almoço.
Saindo um pouco do contexto, alguns anos depois, Sebastião tinha uma foto 3x4 de Pedro mandando ampliá-la para um quadro de 25x33cm. Infelizmente, o quadro com o retrato de Pedro ficou na sala da residência de Sebastião por muitos anos, mas se extraviou. E, o facão deixado como recordação foi vendido!
Muito grato por sua atenção a nosso relato!
A história que eu, Raimundo Vieira, vou relatar é verdadeira acontecida com um tio meu, irmão do meu Pai, e, sem
dúvida alguma, é bastante curiosa e digamos, até certo ponto, rodeada de
mistérios. Há muitos anos vinha pensando em escrevê-la, e gostaria de ter
escrito antes da morte de meu pai, que por muitas vezes o ouvi contar o
acontecido com detalhes, visto ele ser um dos protagonistas.
Em janeiro de
2016, quando visitei o local dos fatos aqui posteriormente narrados, resolvi
escrever a referida história, mas a escrevi muito resumida, praticamente o
final e ponto alto dos acontecimentos. A pedido e incentivado por parentes e
amigos, passo a escrever e aproveito que ainda estejam vivas pessoas que ouviram
falar na época ou foram testemunhas ocular de tudo aqui apresentado.
Este relato é
contagiante e, com certeza, lhe prenderá na leitura desde o início até o final,
para que venha conhecer todo os detalhes no desenrolar dos fatos.
A sepultura está
lá, sombreada por uma árvore frondosa e alta de nome pé de Mocó, e a Cruz de
Madeira ainda se encontra na sepultura e o seu único defeito é que o braço (da
cruz) caiu, mas foi recolocado, estando assim em perfeito estado, apesar dos 63
anos em que ela foi feita.
Sepultura de Pedro Bagaço- Região do Brôco |
Esta sepultura fica na Fazenda Selga, de propriedade de Francisco Pereira, o
Chico Pereira, na localidade Brôco, data Cachimbos, a 18KM de Oeiras-Pi,
próximo ao Riacho do Remédio, logo após o Riacho do Brôco, à margem direita da
estrada que vai para Barra do Rio, Riachão e outras localidades. É uma
sepultura rústica, coberta de pedras disformes e com a Cruz de madeira. Ali, há
63 anos, está sepultado Pedro Alves da Silva, vulgo Pedro Bagaço.
Riacho de Do Remédio- Localidade Brôco |
Pedro, um dos 9
filhos de Raimundo Alves da Silva - Raimundo Bagaço e Antônia Maria da
Conceição, nascido por volta de 1928 / 1929, na localidade Soares, região da
Barra do Rio/Corrente. Os outros irmãos de Pedro eram: José, Salustiano,
Tertuliano, Francisco, Maria, Cícera, Sebastião e Luís.
Ainda crianças, perderem o pai, que foi assassinado por um devedor que lhe
havia tomado uma pequena quantia emprestada. Raimundo era separado de Antônia,
e vivia com outra mulher, mas veio a falecer em seus braços. Antônia, sofreu
muito e faleceu poucos anos depois, deixando os filhos órfãos. Sebastião e
Pedro que tinham uma diferença de idade de, mais ou menos, 4 anos, eram muito
próximos. E assim, órfãos, Sebastião tinha um carinho especial por Pedro.
Pedro sempre foi
um rapaz desinibido, muito alegre, conversador, era considerado o mais bonito
dos Irmãos e assim cresceu muito namorador.
Lamento não ter nenhuma foto dele...
Lamento não ter nenhuma foto dele...
Rapaz, ainda jovem, resolveu sair de sua terra e foi para o Maranhão ficando ali alguns anos. Lá, aprendeu o ofício de Marceneiro e se envolveu com macumba, feitiçaria, tornando-se rezador/curandeiro.
Pedro não era um
rapaz de boa saúde e reclamava constantemente de fortes dores no estômago, não
procurava meios de descobrir os motivos nem remédios de farmácia para essas
fortes dores que sentia, dizia que eram coisas de macumba que lhe haviam
colocado. E assim, retornou a Oeiras onde resolveu se fixar definitivamente.
Chegando a
Oeiras, e por sua beleza, sempre tinham moças que o queriam, pois era
considerado o rapaz mais bonito da região, e foi assim, que começou a namorar
com uma prima, muito bonita, que residia na localidade Salinas, com quem ficou
noivo. De repente e, sem nenhuma explicação, marcou o casamento com uma jovem
residente na localidade Brôco de nome Rosita, com quem se casou em pouco tempo.
A vida de Pedro
estava assim...sempre cercada de mistérios!
Com Rosita, teve 2 filhos, Luís e Antônio. Pedro
continuava sua vida ao lado da esposa e dos filhos, residindo na Comunidade
Brôco, em terreno de propriedade de Maria dos Remédios, conhecida por de Do
Remédio, Mãe de Rosita. Pedro Bagaço trabalhava na agricultura e na sua
profissão de Marceneiro, onde era muito requisitado, no entanto, continuava
sentindo as fortes dores no estômago, mas não procurava tratamento na medicina,
e continuava, cada vez mais, dizendo que era macumba. O que procurava para sua
saúde, eram rezas, mezinhas e práticas de macumba.
O tempo passava e
a saúde de Pedro só piorava, as dores aumentavam cada vez mais, ao ponto de
ficar dias deitado e gritando devido tais dores.
“Fazendo-se hoje,
uma reflexão daqueles fatos, talvez fosse uma úlcera ou gastrite”.
Pedro mantinha
mais contato com dois dos seus irmãos, Sebastião e Cícera. Sebastião morava em
Oeiras e ele o visitava sempre que vinha à cidade e conversavam bastante. Casado
com Teresinha, muito católico, o repreendia, sempre, por sua crença em macumba
e falava para ele procurar um Médico, o que não adiantava. Cícera, que morava
numa região próxima ao Brôco, era casada e sofria muito com as agressões do
marido e sempre se consolava com os irmãos, principalmente com Pedro que morava
mais próximo. Certo dia, Cícera não aguentando mais as agressões, resolveu sair
de casa com sua única filha, ainda criança e foi para casa de Pedro, onde ficou
morando, mas logo resolveu ir embora de Oeiras e foi para o Maranhão, deixando
sua filha aos cuidados da Avó Paterna, que a criou.
Chegou o ano de 1956, (ano em que eu, Raimundo Vieira, sobrinho de Pedro, nasci) ...
Pedro numa vinda a Oeiras e em conversa com
Sebastião, lhe avisou que iria morrer no ano seguinte, portanto, 1957.
Sebastião, mesmo sabendo dos mistérios e esquisitices que cercavam o irmão, não
acreditou e o repreendeu por falar besteiras. Mesmo assim, Pedro lhe disse que
aguardasse e iria ver, só que naquele momento, não podia dizer o mês nem o dia.
Pedro voltou para
sua casa, deixando Sebastião, que mesmo não acreditando, ficou pensativo e de
certa maneira preocupado com aquela previsão, pois conhecia muito bem as
conversas e atitudes esquisitas do irmão.
O tempo passa e
Pedro, sempre que vinha a Oeiras, falava na sua morte que seria no próximo ano,
deixando Sebastião cada vez mais preocupado.
Chegou o ano de
1957, Pedro falou a Sebastião:
- “Chegou o ano da minha morte e morrerei no mês de novembro, ainda não sei o dia, mas o mês é novembro mesmo! ”.
- “Chegou o ano da minha morte e morrerei no mês de novembro, ainda não sei o dia, mas o mês é novembro mesmo! ”.
Sebastião
continuava meio incrédulo com essa história, no entanto, não parava de pensar
nessa situação, mas só comentava mesmo dentro de casa com a esposa, já que sua
filha mais velha tinha apenas 5 anos.
"Eu, Raimundo, em
julho de 1957 completei 1 ano de vida, e minha mãe estava grávida para ganhar
neném no mês de novembro".
O ano de 1957,
vai passando e, as poucas vezes que Pedro veio a Oeiras, nas conversas com
Sebastião, o assunto de sua morte era abordado e ele confirmava que seria no
mês de novembro.
Todo ano
Sebastião ia ao interior no dia de finados visitar as sepulturas de seus pais,
e sempre nestas visitas, contava com a companhia de Pedro. Chegado o dia 02 de
novembro daquele ano, 1957, dia de finados, Sebastião foi mais uma vez ao
interior e passou primeiro pela residência de Pedro, na localidade Brôco, este
sempre piorando da saúde não teve condição de acompanhá-lo nas visitas de cova.
Naquele dia,
conversaram bastante e o assunto da morte foi abordado quando Pedro lhe chamou
para irem até um determinado local, do outro lado do riacho que ficava a, mais
ou menos, uns 200 (duzentos) metros da casa, este riacho se encontrava sob a
sombra de uma árvore conhecida como Pé de Mocó, um retângulo marcado no chão e
4 tornos de madeira nos 4 cantos, ao lado um monte de pedras de tamanho e
formato diferentes.
Pé de Mocó |
Vale a pena
ressaltar que era muito comum nos nossos interiores, cobrir sepulturas com
pedras.
Sebastião
perguntou o que era aquilo e Pedro lhe respondeu que era o lugar da sua
sepultura, já que ele morreria naquele mês e era ali que ele queria ser
sepultado e as pedras já estavam naquele respectivo local para que ninguém
tivesse o trabalho de pegá-las, já que haviam muitas espalhadas por lá. E falou
ainda que o único trabalho que teriam seria cavar a sepultura e carregar o
corpo da casa até àquele local. Não falamos aqui em caixão, porque no interior
se usava muito carregar o defunto para o Cemitério, numa rede. Mais uma vez
Sebastião o repreendeu severamente para que ele parasse com aquela besteira.
Logo, Pedro retrucou que todos iriam ver e sua morte e que seria no dia 27
próximo do mês corrente. Que, por usa vez, era o mês de novembro de 1957 (a 25
dias).
Local da sepultura de Pedro Bagaço |
Voltaram para casa e Pedro tinha mais uma
surpresa para mostrar a Sebastião. No frechal da casa estava uma Cruz de
madeira muito bem feita e com ótimo acabamento e detalhes nas 3 extremidades
superiores. Pedro falou que era feita do âmago da Aroeira e que assim, duraria
muitos e muitos anos e, era para ser colocada na sua sepultura naquele local
que estava marcado.
Sepultura de Pedro Bagaço, na localidade Brôco |
Vale
a pena ressaltar que, a proporção que o tempo ia passando, Pedro perdia cada
vez mais a resistência e se cansava com facilidade. Mesmo assim, juntou forças
para juntar aquelas pedras que ainda se encontram ali na sepultura, preparar os
4 tornos de madeira e fazer a Cruz.
Continuaram
conversando e Pedro disse a Sebastião que aquela seria a última vez que ele o
veria com vida e que, portanto, só o veria morto no dia 28 próximo. Sebastião
sempre reclamando da conversa, ficou ainda algum tempo e voltou para sua casa
em Oeiras, mas, mesmo não acreditando muito, tinha suas dúvidas sobre a
veracidade desta história e, a partir daquele dia, não mais conseguia ter
tranquilidade, principalmente às noites.
Os dias passam e enquanto Sebastião seguia sua vida na sua profissão de Alfaiate, Pedro estava lá no Brôco com seus devaneios e, todo dia, caminhando muito devagar. Já quase sem forças, ia até o local marcado, dar uma olhada e ver se estava tudo correto e nada faltava. O Pé de Mocó sempre frondoso, oferecia sombra prazerosa de se ficar por ali.
Eu ainda conheci a casa, mas hoje não existe mais, existe ainda o Pé de Mocó e na sepultura, a Cruz feita por ele e, apesar dos 63 anos, exposta às intempéries da natureza, sol, chuva, permanece firme como que vigilante daquele local.
Naquele ano, o
inverno começou em novembro e na propriedade foi preparada uma área para
plantio, Pedro não participou do preparo pois já não tinha coragem e nem forças
para o trabalho.
O tempo passando
e Sebastião sempre preocupado e pensando em ir até lá, mas sempre existia algo
que o impedia e mesmo, ele não acreditava muito naquela história. No dia 19 de
novembro, nasceu o quarto filho de Sebastião e Teresinha, era uma menina o que
impediu Sebastião ainda mais de se ausentar, visto que tinha as encomendas de
roupas que recebia para fazer e ainda três filhos pequenos, duas meninas, uma
de 5 e outra de 3 anos, e um menino (neste caso, eu! ) de 1 ano que completei
em julho do ano de 1957.
Chegou o dia 27
de novembro!
Em Oeiras,
Sebastião ficou ainda mais apreensivo e, enquanto isso, lá no Brôco amanheceu
caindo uma chuvinha fina. Bem cedinho, Pedro, com muito esforço e muito cansado
se levantou, pegou uma cuia, colocou um pouco de milho e não podendo pegar uma
enxada, pois já não tinha forças, pegou um facão de sua propriedade e foi até a
roça que estava preparada para o plantio. Em um canto cavou com a ponta do
facão algumas covas, onde semeou o milho.
Chegando em casa
Pedro disse a Rosita:
-“Morrerei hoje
às 9 horas da noite. Plantei umas covas de milho que é para meus filhos comerem
verde e lembrarem de mim”.
Rosita, como
sempre, o repreendeu severamente mandando ele parar com aquela besteira, pois
ela ainda não acredita que fosse acontecer. Pedro disse ainda que não mais
veria Sebastião e como não tinha nada para deixá-lo como lembrança, deixava
aquele facão pois era o que podia deixar para seu irmão querido, portanto,
Rosita não esquecesse de entregar-lhe. Ela pegou, então, o facão e guardou para
entregar ao destinatário, seu cunhado.
Pedro então, fez mais uma visita ao local da sepultura e voltou para casa, aguardando o almoço.
Saindo um pouco do contexto, alguns anos depois, Sebastião tinha uma foto 3x4 de Pedro mandando ampliá-la para um quadro de 25x33cm. Infelizmente, o quadro com o retrato de Pedro ficou na sala da residência de Sebastião por muitos anos, mas se extraviou. E, o facão deixado como recordação foi vendido!
Vale a pena
lembrar que, todos os moradores da Região, já sabiam desta história, uns
acreditavam, outros não e, sabedores que aquele era o dia, estavam todos na
expectativa aguardando um aviso ou algum sinal para irem até a casa dele.
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Voltando ao nosso
relato...
Na casa de Pedro,
todos almoçaram. Pedro armou uma rede no meio da sala, e ficaram a prosear
quando Pedro começou a sentir as dores, dores ainda fracas, mas que aos poucos
iam aumentando. Por volta das 5 horas da tarde, as dores estavam cada vez mais
fortes que ele chegava a gritar bem alto, aí já tinham algumas pessoas que
tinham vindo ver Pedro. Alguns por curiosidade, mas muitos por Piedade e
caridade, para ajudar, já que Pedro era muito querido.
As horas passam e
por volta das 7 horas da noite, já tinha muita gente, tanto dentro de casa como
também no terreiro aguardando a hora marcada por ele, ou seja, às 9 horas da
noite.
Pedro deitado e
sempre gritando muito devido as dores, conversava muito pouco e desde cedo,
pedia insistentemente que alguém viesse à Oeiras para levar Sebastião até lá,
mas ninguém se candidatava. Somente por volta das 7 horas foi que chegou
Antônio Branco, um grande Amigo da família e se propôs a vir, só que ainda ia
pegar os cavalos na roça e por ser de noite, não seria fácil.
Antônio Branco
saiu para roça e Pedro continuava deitado, gritando com dores e falava que
Sebastião não ia chegar a tempo de vê-lo vivo. Na Roça, Antônio Branco teve
dificuldade pra pegar os cavalos e, quando conseguiu já era tarde e dali
resolveu vir direto pra Oeiras, sem passar mais na casa.
Em Oeiras,
Sebastião que só sabia o dia, mas não sabia a hora, e mesmo ainda meio
incrédulo, esteve o dia todo aguardando notícias. Foi se deitar já por volta
das 11 horas e como Teresinha tinha ganhado neném há 9 dias, ela estava deitada
na cama e ele deitou-se em uma rede ao lado. Antes de dormir, conversaram um
pouco e mais uma vez, aquele assunto veio à tona. Foram dormir.
Lá no Brôco, às 8
horas, Pedro que estava deitado, gritando de dores, de repente se calou,
sentou-se na rede e convidou as pessoas a rezarem com ele, o Ofício de Nossa
Senhora, ele ia rezando e as pessoas acompanhando. Sentado na rede, com
dificuldades para respirar e muito cansado, Pedro rezava bem lentamente e as
pessoas o acompanhavam. E quando já eram 9 horas da noite, hora marcada por
ele, estavam mais ou menos na metade da Oração, foi aí que Pedro, simplesmente
ficou calado e caiu para trás. Algumas pessoas correram para próximo dele, mas
ele já estava morto, sem grito, sem suspiro, sem nada.
Em Oeiras,
Sebastião conseguiu dormir, mas não teve um sono tranquilo e mais ou menos às 2
horas da madrugada, acordou com 3 puxões que deram nos punhos de sua rede. Ele
acordou sua esposa e disse:
-“ Teresinha,
Pedro morreu. Veio me avisar agora! ”
Teresinha falou que agora até ele estava com
aquela história, que fosse dormir e a deixasse ela dormir também.
Naquele momento,
bateram à porta da residência, então Sebastião falou:
_ “Num lhe disse!
Olha aí. É alguém que veio avisar que Pedro morreu”.
Sebastião abriu a
porta e ali estava Antônio Branco, no que Sebastião perguntou se Pedro havia
morrido. Antônio respondeu que havia deixado ele muito ruim, mas vivo.
Sebastião ainda questionou que não o enganasse, ele já sabia e lhe falou dos
puxões no punho da rede. Antônio lhe falou que só se tivesse morrido depois de
sua saída lhe falando da demora para pegar os cavalos na roça e trouxera um
cavalo para Sebastião e fossem ao Brôco.
Montaram e, então,
partiram!
O velório
transcorreu em Paz, e à tardinha Pedro foi sepultado no local que ele havia
marcado.
Morreu no ano
(1957), mês (novembro), dia (27) e hora marcada (9 horas da noite)!
Esta foi a
história do Pedro Bagaço. O homem que acreditava no sobrenatural.
FIM!!!
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Palavras do autor...
Em janeiro de 2016, eu, Raimundo Vieira, minha irmã Fátima, sua filha Célia e seu neto Iaggo, fomos fazer uma visita à sepultura, chegando lá, eles ficaram olhando a sepultura, que não conheciam, enquanto eu me afastei, procurando vestígios da casa, que nada encontrei. Naquele momento uma novilha se aproximou e ficou parada dando longos mugidos, a princípio pensei que viesse me atacar, mas ela ficou parada como que me olhando. Voltei ao local da sepultura e a novilha veio atrás de mim, sempre mugindo. Fiquei olhando e fotografando a sepultura e arredores e enquanto isso, a novilha continuava parada, olhando para gente e com um mugido um tanto quanto lamentoso. Nós não demos importância à presença da novilha, mas ela continuava ali, e nem mesmo uma foto dela foi feita. Na volta, a gente conversava sobre o passeio quando alguém da comitiva lembrou da presença da novilha, lembrei então de todos os detalhes e logo eu que não acredito em assombrações, passei a pensar que ela estava ali como guardiã da sepultura. Talvez mais um dos mistérios de Pedro.
Série Cultura: Conheça a trajetória do jovem Diêgo Michel- DM Kuringa- na Capoeira
Palavras do autor...
Em janeiro de 2016, eu, Raimundo Vieira, minha irmã Fátima, sua filha Célia e seu neto Iaggo, fomos fazer uma visita à sepultura, chegando lá, eles ficaram olhando a sepultura, que não conheciam, enquanto eu me afastei, procurando vestígios da casa, que nada encontrei. Naquele momento uma novilha se aproximou e ficou parada dando longos mugidos, a princípio pensei que viesse me atacar, mas ela ficou parada como que me olhando. Voltei ao local da sepultura e a novilha veio atrás de mim, sempre mugindo. Fiquei olhando e fotografando a sepultura e arredores e enquanto isso, a novilha continuava parada, olhando para gente e com um mugido um tanto quanto lamentoso. Nós não demos importância à presença da novilha, mas ela continuava ali, e nem mesmo uma foto dela foi feita. Na volta, a gente conversava sobre o passeio quando alguém da comitiva lembrou da presença da novilha, lembrei então de todos os detalhes e logo eu que não acredito em assombrações, passei a pensar que ela estava ali como guardiã da sepultura. Talvez mais um dos mistérios de Pedro.
Aqui, nesta
história, tem alguns fatos que eu não tenho certeza de como aconteceu, daí que
eu coloco sempre antecedido de "mais ou menos" ou ainda
"talvez", mas de alguma maneira aconteceu, como está aqui relatado ou
de uma forma muito parecida.
Procurei escrever
tudo o que ouvi das conversas com meu pai e ainda, do que me foi contado por
parentes e pessoas que conhecem os fatos e muitos que conheceram Pedro.
Nessa última terça-feira,
dia 09 de junho de 2020, mais uma vez estive no Brôco, visitando a sepultura e,
todo aquele que quiser conhecer aquele local, a sepultura, a Cruz, o pé de
Mocó, estão lá firmes.
Esta é a história
de Pedro Bagaço, o Homem que tinha sua crença no
sobrenatural e, por motivos que ninguém consegue explicar, viveu pouco,
morreu aos 28 anos de idade. Deixou uma história cheia de dúvidas e mistérios!
Hoje falam que ele sabia uma Oração muito forte, uns dizem que é "O Sonho
de Nossa Senhora", outros que é a "Oração de São Cipriano". O
certo é que ele marcou e confirmou o Ano, o mês, o dia e a hora em que morreria.
Muito grato por sua atenção a nosso relato!
Atenciosamente,
Raimundo Vieira.
Biografia do autor desta Crônica
RAIMUNDO VIEIRA DA SILVA, nasceu na Rua
Tibério Burlamaqui, 54 em Oeiras - Piauí, no dia 20/07/1956, filho de
Sebastião Alves da Silva e de Teresinha Vieira da Silva. Fez os estudos
primários (Fundamental Menor) no Grupo Escolar Armando Burlamaqui e o Ginásio
(Fundamental Maior) no Ginásio Estadual de Oeiras (hoje, Unidade Escolar
Farmacêutico João Carvalho). Iniciou o 2° Grau na Escola Normal Presidente
Castelo Branco, onde cursou até o Segundo Ano do Curso Científico e depois
fez até o Segundo Ano do Curso de Contabilidade, não concluindo nenhum.
Sempre trabalhou no Comércio como Auxiliar de Escritório e Contabilidade.
Submetido a duas cirurgias de Revascularização e possuindo 02 (duas) Pontes
Mamária e 02 (duas) Pontes Safena, se afastou do trabalho aos 48 anos
e veio a se aposentar aos 57 anos. Católico, atualmente é o Coordenador
Diocesano do Terço dos Homens Mãe na Diocese de Oeiras! Se dedica ainda a auxiliar
a Igreja Católica, apresentando um Programa Católico de Rádio e participando de
alguns Grupos Pastorais.
Seu Pai, Sebastião Alves da Silva, conhecido por Sebastião
Bagaço, nasceu no dia 26/09/1925 e faleceu no dia 27/10/1993. Era
Alfaiate.
Sua Mãe, Teresinha Vieira da Silva, nasceu no dia
04/03/1935 e faleceu no dia 15/01/1985. Era Costureira.
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Quem foi Pedro Bagaço
Raimundo Vieira