O Homem que marcou o Ano, Mês, Dia e Hora que ia morrer......E - Blog do Weslley Boy O Homem que marcou o Ano, Mês, Dia e Hora que ia morrer......E

O Homem que marcou o Ano, Mês, Dia e Hora que ia morrer......E

O Homem que marcou o Ano, Mês, Dia e Hora que ia morrer......E morreu! Veja esta crônica no Blog do Weslley Boy.
O Homem que marcou o Ano, Mês, Dia e Hora que ia morrer......E morreu! Pedro Bagaço. Crônica no Blog do Weslle Boy

A história que eu, Raimundo Vieira, vou relatar é verdadeira acontecida com um tio meu, irmão do meu Pai, e, sem dúvida alguma, é bastante curiosa e digamos, até certo ponto, rodeada de mistérios. Há muitos anos vinha pensando em escrevê-la, e gostaria de ter escrito antes da morte de meu pai, que por muitas vezes o ouvi contar o acontecido com detalhes, visto ele ser um dos protagonistas.

Em janeiro de 2016, quando visitei o local dos fatos aqui posteriormente narrados, resolvi escrever a referida história, mas a escrevi muito resumida, praticamente o final e ponto alto dos acontecimentos. A pedido e incentivado por parentes e amigos, passo a escrever e aproveito que ainda estejam vivas pessoas que ouviram falar na época ou foram testemunhas ocular de tudo aqui apresentado.

Este relato é contagiante e, com certeza, lhe prenderá na leitura desde o início até o final, para que venha conhecer todo os detalhes no desenrolar dos fatos.

A sepultura está lá, sombreada por uma árvore frondosa e alta de nome pé de Mocó, e a Cruz de Madeira ainda se encontra na sepultura e o seu único defeito é que o braço (da cruz) caiu, mas foi recolocado, estando assim em perfeito estado, apesar dos 63 anos em que ela foi feita. 


Sepultura de Pedro Bagaço- Região do Brôco
Sepultura de Pedro Bagaço- Região do Brôco


Esta sepultura fica na Fazenda Selga, de propriedade de Francisco Pereira, o Chico Pereira, na localidade Brôco, data Cachimbos, a 18KM de Oeiras-Pi, próximo ao Riacho do Remédio, logo após o Riacho do Brôco, à margem direita da estrada que vai para Barra do Rio, Riachão e outras localidades. É uma sepultura rústica, coberta de pedras disformes e com a Cruz de madeira. Ali, há 63 anos, está sepultado Pedro Alves da Silva, vulgo Pedro Bagaço.


Riacho de Do Remédio- Localidade Brôco
Riacho de Do Remédio- Localidade Brôco


Pedro, um dos 9 filhos de Raimundo Alves da Silva - Raimundo Bagaço e Antônia Maria da Conceição, nascido por volta de 1928 / 1929, na localidade Soares, região da Barra do Rio/Corrente. Os outros irmãos de Pedro eram: José, Salustiano, Tertuliano, Francisco, Maria, Cícera, Sebastião e Luís.


Raimundo Bagaço e Antônia Maria da Conceição (Pais de Pedro)
Raimundo Bagaço e Antônia Maria da Conceição (Pais de Pedro)

Ainda crianças, perderem o pai, que foi assassinado por um devedor que lhe havia tomado uma pequena quantia emprestada. Raimundo era separado de Antônia, e vivia com outra mulher, mas veio a falecer em seus braços. Antônia, sofreu muito e faleceu poucos anos depois, deixando os filhos órfãos. Sebastião e Pedro que tinham uma diferença de idade de, mais ou menos, 4 anos, eram muito próximos. E assim, órfãos, Sebastião tinha um carinho especial por Pedro.

Pedro sempre foi um rapaz desinibido, muito alegre, conversador, era considerado o mais bonito dos Irmãos e assim cresceu muito namorador. 

Lamento não ter nenhuma foto dele...

Rapaz, ainda jovem, resolveu sair de sua terra e foi para o Maranhão ficando ali alguns anos. Lá, aprendeu o ofício de Marceneiro e se envolveu com macumba, feitiçaria, tornando-se rezador/curandeiro.

Pedro não era um rapaz de boa saúde e reclamava constantemente de fortes dores no estômago, não procurava meios de descobrir os motivos nem remédios de farmácia para essas fortes dores que sentia, dizia que eram coisas de macumba que lhe haviam colocado. E assim, retornou a Oeiras onde resolveu se fixar definitivamente.

Chegando a Oeiras, e por sua beleza, sempre tinham moças que o queriam, pois era considerado o rapaz mais bonito da região, e foi assim, que começou a namorar com uma prima, muito bonita, que residia na localidade Salinas, com quem ficou noivo. De repente e, sem nenhuma explicação, marcou o casamento com uma jovem residente na localidade Brôco de nome Rosita, com quem se casou em pouco tempo.

A vida de Pedro estava assim...sempre cercada de mistérios!
Com Rosita, teve 2 filhos, Luís e Antônio. Pedro continuava sua vida ao lado da esposa e dos filhos, residindo na Comunidade Brôco, em terreno de propriedade de Maria dos Remédios, conhecida por de Do Remédio, Mãe de Rosita. Pedro Bagaço trabalhava na agricultura e na sua profissão de Marceneiro, onde era muito requisitado, no entanto, continuava sentindo as fortes dores no estômago, mas não procurava tratamento na medicina, e continuava, cada vez mais, dizendo que era macumba. O que procurava para sua saúde, eram rezas, mezinhas e práticas de macumba.

O tempo passava e a saúde de Pedro só piorava, as dores aumentavam cada vez mais, ao ponto de ficar dias deitado e gritando devido tais dores.

“Fazendo-se hoje, uma reflexão daqueles fatos, talvez fosse uma úlcera ou gastrite”.

Pedro mantinha mais contato com dois dos seus irmãos, Sebastião e Cícera. Sebastião morava em Oeiras e ele o visitava sempre que vinha à cidade e conversavam bastante. Casado com Teresinha, muito católico, o repreendia, sempre, por sua crença em macumba e falava para ele procurar um Médico, o que não adiantava. Cícera, que morava numa região próxima ao Brôco, era casada e sofria muito com as agressões do marido e sempre se consolava com os irmãos, principalmente com Pedro que morava mais próximo. Certo dia, Cícera não aguentando mais as agressões, resolveu sair de casa com sua única filha, ainda criança e foi para casa de Pedro, onde ficou morando, mas logo resolveu ir embora de Oeiras e foi para o Maranhão, deixando sua filha aos cuidados da Avó Paterna, que a criou.

Chegou o ano de 1956, (ano em que eu, Raimundo Vieira, sobrinho de Pedro, nasci) ...

Pedro numa vinda a Oeiras e em conversa com Sebastião, lhe avisou que iria morrer no ano seguinte, portanto, 1957. Sebastião, mesmo sabendo dos mistérios e esquisitices que cercavam o irmão, não acreditou e o repreendeu por falar besteiras. Mesmo assim, Pedro lhe disse que aguardasse e iria ver, só que naquele momento, não podia dizer o mês nem o dia.

Pedro voltou para sua casa, deixando Sebastião, que mesmo não acreditando, ficou pensativo e de certa maneira preocupado com aquela previsão, pois conhecia muito bem as conversas e atitudes esquisitas do irmão.

O tempo passa e Pedro, sempre que vinha a Oeiras, falava na sua morte que seria no próximo ano, deixando Sebastião cada vez mais preocupado.

Chegou o ano de 1957, Pedro falou a Sebastião:

- “Chegou o ano da minha morte e morrerei no mês de novembro, ainda não sei o dia, mas o mês é novembro mesmo! ”. 

Sebastião continuava meio incrédulo com essa história, no entanto, não parava de pensar nessa situação, mas só comentava mesmo dentro de casa com a esposa, já que sua filha mais velha tinha apenas 5 anos.

"Eu, Raimundo, em julho de 1957 completei 1 ano de vida, e minha mãe estava grávida para ganhar neném no mês de novembro".

O ano de 1957, vai passando e, as poucas vezes que Pedro veio a Oeiras, nas conversas com Sebastião, o assunto de sua morte era abordado e ele confirmava que seria no mês de novembro.

Todo ano Sebastião ia ao interior no dia de finados visitar as sepulturas de seus pais, e sempre nestas visitas, contava com a companhia de Pedro. Chegado o dia 02 de novembro daquele ano, 1957, dia de finados, Sebastião foi mais uma vez ao interior e passou primeiro pela residência de Pedro, na localidade Brôco, este sempre piorando da saúde não teve condição de acompanhá-lo nas visitas de cova.

Naquele dia, conversaram bastante e o assunto da morte foi abordado quando Pedro lhe chamou para irem até um determinado local, do outro lado do riacho que ficava a, mais ou menos, uns 200 (duzentos) metros da casa, este riacho se encontrava sob a sombra de uma árvore conhecida como Pé de Mocó, um retângulo marcado no chão e 4 tornos de madeira nos 4 cantos, ao lado um monte de pedras de tamanho e formato diferentes.


Pé de Mocó
Pé de Mocó 

Vale a pena ressaltar que era muito comum nos nossos interiores, cobrir sepulturas com pedras.

Sebastião perguntou o que era aquilo e Pedro lhe respondeu que era o lugar da sua sepultura, já que ele morreria naquele mês e era ali que ele queria ser sepultado e as pedras já estavam naquele respectivo local para que ninguém tivesse o trabalho de pegá-las, já que haviam muitas espalhadas por lá. E falou ainda que o único trabalho que teriam seria cavar a sepultura e carregar o corpo da casa até àquele local. Não falamos aqui em caixão, porque no interior se usava muito carregar o defunto para o Cemitério, numa rede. Mais uma vez Sebastião o repreendeu severamente para que ele parasse com aquela besteira. Logo, Pedro retrucou que todos iriam ver e sua morte e que seria no dia 27 próximo do mês corrente. Que, por usa vez, era o mês de novembro de 1957 (a 25 dias).


Local da sepultura de Pedro Bagaço
Local da sepultura de Pedro Bagaço

Voltaram para casa e Pedro tinha mais uma surpresa para mostrar a Sebastião. No frechal da casa estava uma Cruz de madeira muito bem feita e com ótimo acabamento e detalhes nas 3 extremidades superiores. Pedro falou que era feita do âmago da Aroeira e que assim, duraria muitos e muitos anos e, era para ser colocada na sua sepultura naquele local que estava marcado.


Sepultura de Pedro Bagaço, na localidade Brôco
Sepultura de Pedro Bagaço, na localidade Brôco

Vale a pena ressaltar que, a proporção que o tempo ia passando, Pedro perdia cada vez mais a resistência e se cansava com facilidade. Mesmo assim, juntou forças para juntar aquelas pedras que ainda se encontram ali na sepultura, preparar os 4 tornos de madeira e fazer a Cruz.

Continuaram conversando e Pedro disse a Sebastião que aquela seria a última vez que ele o veria com vida e que, portanto, só o veria morto no dia 28 próximo. Sebastião sempre reclamando da conversa, ficou ainda algum tempo e voltou para sua casa em Oeiras, mas, mesmo não acreditando muito, tinha suas dúvidas sobre a veracidade desta história e, a partir daquele dia, não mais conseguia ter tranquilidade, principalmente às noites.

Os dias passam e enquanto Sebastião seguia sua vida na sua profissão de Alfaiate, Pedro estava lá no Brôco com seus devaneios e, todo dia, caminhando muito devagar. Já quase sem forças, ia até o local marcado, dar uma olhada e ver se estava tudo correto e nada faltava. O Pé de Mocó sempre frondoso, oferecia sombra prazerosa de se ficar por ali.

Eu ainda conheci a casa, mas hoje não existe mais, existe ainda o Pé de Mocó e na sepultura, a Cruz feita por ele e, apesar dos 63 anos, exposta às intempéries da natureza, sol, chuva, permanece firme como que vigilante daquele local.

Naquele ano, o inverno começou em novembro e na propriedade foi preparada uma área para plantio, Pedro não participou do preparo pois já não tinha coragem e nem forças para o trabalho.

O tempo passando e Sebastião sempre preocupado e pensando em ir até lá, mas sempre existia algo que o impedia e mesmo, ele não acreditava muito naquela história. No dia 19 de novembro, nasceu o quarto filho de Sebastião e Teresinha, era uma menina o que impediu Sebastião ainda mais de se ausentar, visto que tinha as encomendas de roupas que recebia para fazer e ainda três filhos pequenos, duas meninas, uma de 5 e outra de 3 anos, e um menino (neste caso, eu! ) de 1 ano que completei em julho do ano de 1957.

Chegou o dia 27 de novembro!

Em Oeiras, Sebastião ficou ainda mais apreensivo e, enquanto isso, lá no Brôco amanheceu caindo uma chuvinha fina. Bem cedinho, Pedro, com muito esforço e muito cansado se levantou, pegou uma cuia, colocou um pouco de milho e não podendo pegar uma enxada, pois já não tinha forças, pegou um facão de sua propriedade e foi até a roça que estava preparada para o plantio. Em um canto cavou com a ponta do facão algumas covas, onde semeou o milho.

Chegando em casa Pedro disse a Rosita:

-“Morrerei hoje às 9 horas da noite. Plantei umas covas de milho que é para meus filhos comerem verde e lembrarem de mim”.

Rosita, como sempre, o repreendeu severamente mandando ele parar com aquela besteira, pois ela ainda não acredita que fosse acontecer. Pedro disse ainda que não mais veria Sebastião e como não tinha nada para deixá-lo como lembrança, deixava aquele facão pois era o que podia deixar para seu irmão querido, portanto, Rosita não esquecesse de entregar-lhe. Ela pegou, então, o facão e guardou para entregar ao destinatário, seu cunhado. 

Pedro então, fez mais uma visita ao local da sepultura e voltou para casa, aguardando o almoço. 

Saindo um pouco do contexto, alguns anos depois, Sebastião tinha uma foto 3x4 de Pedro mandando ampliá-la para um quadro de 25x33cm. Infelizmente, o quadro com o retrato de Pedro ficou na sala da residência de Sebastião por muitos anos, mas se extraviou. E, o facão deixado como recordação foi vendido!


Vale a pena lembrar que, todos os moradores da Região, já sabiam desta história, uns acreditavam, outros não e, sabedores que aquele era o dia, estavam todos na expectativa aguardando um aviso ou algum sinal para irem até a casa dele.

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Voltando ao nosso relato...

Na casa de Pedro, todos almoçaram. Pedro armou uma rede no meio da sala, e ficaram a prosear quando Pedro começou a sentir as dores, dores ainda fracas, mas que aos poucos iam aumentando. Por volta das 5 horas da tarde, as dores estavam cada vez mais fortes que ele chegava a gritar bem alto, aí já tinham algumas pessoas que tinham vindo ver Pedro. Alguns por curiosidade, mas muitos por Piedade e caridade, para ajudar, já que Pedro era muito querido.

As horas passam e por volta das 7 horas da noite, já tinha muita gente, tanto dentro de casa como também no terreiro aguardando a hora marcada por ele, ou seja, às 9 horas da noite.

Pedro deitado e sempre gritando muito devido as dores, conversava muito pouco e desde cedo, pedia insistentemente que alguém viesse à Oeiras para levar Sebastião até lá, mas ninguém se candidatava. Somente por volta das 7 horas foi que chegou Antônio Branco, um grande Amigo da família e se propôs a vir, só que ainda ia pegar os cavalos na roça e por ser de noite, não seria fácil.

Antônio Branco saiu para roça e Pedro continuava deitado, gritando com dores e falava que Sebastião não ia chegar a tempo de vê-lo vivo. Na Roça, Antônio Branco teve dificuldade pra pegar os cavalos e, quando conseguiu já era tarde e dali resolveu vir direto pra Oeiras, sem passar mais na casa.

Em Oeiras, Sebastião que só sabia o dia, mas não sabia a hora, e mesmo ainda meio incrédulo, esteve o dia todo aguardando notícias. Foi se deitar já por volta das 11 horas e como Teresinha tinha ganhado neném há 9 dias, ela estava deitada na cama e ele deitou-se em uma rede ao lado. Antes de dormir, conversaram um pouco e mais uma vez, aquele assunto veio à tona. Foram dormir.

Lá no Brôco, às 8 horas, Pedro que estava deitado, gritando de dores, de repente se calou, sentou-se na rede e convidou as pessoas a rezarem com ele, o Ofício de Nossa Senhora, ele ia rezando e as pessoas acompanhando. Sentado na rede, com dificuldades para respirar e muito cansado, Pedro rezava bem lentamente e as pessoas o acompanhavam. E quando já eram 9 horas da noite, hora marcada por ele, estavam mais ou menos na metade da Oração, foi aí que Pedro, simplesmente ficou calado e caiu para trás. Algumas pessoas correram para próximo dele, mas ele já estava morto, sem grito, sem suspiro, sem nada.

Em Oeiras, Sebastião conseguiu dormir, mas não teve um sono tranquilo e mais ou menos às 2 horas da madrugada, acordou com 3 puxões que deram nos punhos de sua rede. Ele acordou sua esposa e disse:

-“ Teresinha, Pedro morreu. Veio me avisar agora! ”

 Teresinha falou que agora até ele estava com aquela história, que fosse dormir e a deixasse ela dormir também.

Naquele momento, bateram à porta da residência, então Sebastião falou:

_ “Num lhe disse! Olha aí. É alguém que veio avisar que Pedro morreu”.

Sebastião abriu a porta e ali estava Antônio Branco, no que Sebastião perguntou se Pedro havia morrido. Antônio respondeu que havia deixado ele muito ruim, mas vivo. Sebastião ainda questionou que não o enganasse, ele já sabia e lhe falou dos puxões no punho da rede. Antônio lhe falou que só se tivesse morrido depois de sua saída lhe falando da demora para pegar os cavalos na roça e trouxera um cavalo para Sebastião e fossem ao Brôco.

Montaram e, então, partiram!

O velório transcorreu em Paz, e à tardinha Pedro foi sepultado no local que ele havia marcado.

Morreu no ano (1957), mês (novembro), dia (27) e hora marcada (9 horas da noite)!

Esta foi a história do Pedro Bagaço. O homem que acreditava no sobrenatural.



FIM!!!

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Palavras do autor...

Em janeiro de 2016, eu, Raimundo Vieira, minha irmã Fátima, sua filha Célia e seu neto Iaggo, fomos fazer uma visita à sepultura, chegando lá, eles ficaram olhando a sepultura, que não conheciam, enquanto eu me afastei, procurando vestígios da casa, que nada encontrei. Naquele momento uma novilha se aproximou e ficou parada dando longos mugidos, a princípio pensei que viesse me atacar, mas ela ficou parada como que me olhando. Voltei ao local da sepultura e a novilha veio atrás de mim, sempre mugindo. Fiquei olhando e fotografando a sepultura e arredores e enquanto isso, a novilha continuava parada, olhando para gente e com um mugido um tanto quanto lamentoso. Nós não demos importância à presença da novilha, mas ela continuava ali, e nem mesmo uma foto dela foi feita. Na volta, a gente conversava sobre o passeio quando alguém da comitiva lembrou da presença da novilha, lembrei então de todos os detalhes e logo eu que não acredito em assombrações, passei a pensar que ela estava ali como guardiã da sepultura. Talvez mais um dos mistérios de Pedro.

Aqui, nesta história, tem alguns fatos que eu não tenho certeza de como aconteceu, daí que eu coloco sempre antecedido de "mais ou menos" ou ainda "talvez", mas de alguma maneira aconteceu, como está aqui relatado ou de uma forma muito parecida.

Procurei escrever tudo o que ouvi das conversas com meu pai e ainda, do que me foi contado por parentes e pessoas que conhecem os fatos e muitos que conheceram Pedro.

Nessa última terça-feira, dia 09 de junho de 2020, mais uma vez estive no Brôco, visitando a sepultura e, todo aquele que quiser conhecer aquele local, a sepultura, a Cruz, o pé de Mocó, estão lá firmes.

Esta é a história de Pedro Bagaço, o Homem que tinha sua crença no sobrenatural e, por motivos que ninguém consegue explicar, viveu pouco, morreu aos 28 anos de idade. Deixou uma história cheia de dúvidas e mistérios!

Hoje falam que ele sabia uma Oração muito forte, uns dizem que é "O Sonho de Nossa Senhora", outros que é a "Oração de São Cipriano". O certo é que ele marcou e confirmou o Ano, o mês, o dia e a hora em que morreria.




Muito grato por sua atenção a nosso relato!
Atenciosamente, Raimundo Vieira.





Biografia do autor desta Crônica

Raimundo Vieira da SilvaRAIMUNDO VIEIRA DA SILVA, nasceu na Rua Tibério Burlamaqui, 54 em Oeiras - Piauí, no dia 20/07/1956, filho de Sebastião Alves da Silva e de Teresinha Vieira da Silva. Fez os estudos primários (Fundamental Menor) no Grupo Escolar Armando Burlamaqui e o Ginásio (Fundamental Maior) no Ginásio Estadual de Oeiras (hoje, Unidade Escolar Farmacêutico João Carvalho). Iniciou o 2° Grau na Escola Normal Presidente Castelo Branco, onde cursou até o Segundo Ano do Curso Científico e depois fez até o Segundo Ano do Curso de Contabilidade, não concluindo nenhum. Sempre trabalhou no Comércio como Auxiliar de Escritório e Contabilidade. Submetido a duas cirurgias de Revascularização e possuindo 02 (duas) Pontes Mamária e 02 (duas) Pontes Safena, se afastou do trabalho aos 48 anos e veio a se aposentar aos 57 anos. Católico, atualmente é o Coordenador Diocesano do Terço dos Homens Mãe na Diocese de Oeiras! Se dedica ainda a auxiliar a Igreja Católica, apresentando um Programa Católico de Rádio e participando de alguns Grupos Pastorais.

Seu Pai, Sebastião Alves da Silva, conhecido por Sebastião Bagaço,  nasceu no dia 26/09/1925 e faleceu no dia 27/10/1993. Era Alfaiate.


Sua Mãe,  Teresinha Vieira da Silva,  nasceu no dia 04/03/1935 e faleceu no dia 15/01/1985. Era Costureira.  

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